Dom Célio - Bispo Diocesano de 2010 a 2018
Reflexão 29 de Setembro a 05 de Outubro
26º Domingo do Tempo Comum.
Ev (Lc 16, 19-31).
“Havia um homem rico que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, estava no chão, à porta do rico”. (Lc 16, 19-20).
No discipulado de Jesus Cristo as parábolas são para nos ensinar e para nos levar a um compromisso de mudanças em atitudes que estejam erradas em nós. Neste domingo São Lucas narra a história do pobre Lázaro e do homem rico e avarento. A lição de Jesus a partir desta história é profundamente significativa para nós hoje também. Enquanto o rico ...
... esbanja seu dinheiro com muitas festas e banquetes, Lázaro passa necessidade, sentado à porta da casa do rico. Morrem ambos. Lázaro é acolhido pelo pai Abraão para a recompensa eterna. O rico vai para o castigo eterno. A pobreza e a humilhação de Lázaro lhe valeram a justiça de Deus. A condenação ao sofrimento eterno do rico igualmente correspondeu àquilo que não soube praticar enquanto estava vivo. Não fez o bem!
Tendo bens, devemos sempre praticar a justiça. É o projeto de Deus: que todos possam ter uma vida digna! No entanto, sabemos que a pessoa que é rica, avarenta, infelizmente se torna de olhos e coração fechados na prática do bem. Quem vive para o dinheiro, torna-se duro, isolado, com receio de ser roubado ou molestado pelos mais pobres. Nosso mundo de hoje é excessivamente apelativo para o consumismo. Vale mais aquele que tem mais.
Devemos cuidar para que os pobres não continuem morrendo nas portas de nossas casas. Há muito esperdício em nossas mesas enquanto muitos não têm com que se alimentar. Os contrastes são grandes. E para o discípulo-missionário que deseja ter uma vida conseqüente com aquilo que aprende de Jesus, será sempre necessário estar aberto à partilha, à solidariedade e à luta por um mundo mais justo e fraterno.
D. Célio de Oliveira Goulart – Bispo Diocesano.
Reflexão 22 a 28 de Setembro
25º Domingo do Tempo Comum
Ev. (Lc 16, 1-13)
“Quem é fiel nas pequenas coisas, também é fiel nas grandes. Quem é injusto nas pequenas coisas, também o será nas grandes.” (Lc 16, 10).
A Palavra de Deus é para nos ensinar e assim podermos ser discípulos-missionários de Jesus. É esta a proposta do Mês da Bíblia neste ano. Queremos seguir Jesus, ouvindo os ensinamentos contidos no Evangelho de São Lucas. Porém, a narrativa deste domingo pode parecer difícil para nossa compreensão. Mas vamos ouvir, ler e reler esta passagem para que seu sentido fique mais claro.
A parábola contada por Jesus não é para enaltecer uma atitude desonesta de um empregado que estava devendo seu patrão, e procura conquistar a benevolência de outros devedores do seu patrão diminuindo o valor de suas dívidas. Jesus aponta para a esperteza daquele homem. E diz que também devemos ser espertos para praticar as coisas boas que nos santificam e nos levam a participar do Reino de Deus.
Na vivência de nossa espiritualidade cristã a Igreja nos apresenta muitas oportunidades para fazermos o bem. Sermos participantes de Pastorais ou Movimentos Eclesiais, desenvolver alguma ação social em nossa comunidade, praticar a justiça social em nossos ambientes de trabalho, participar dos momentos celebrativos da comunidade, entre tantas outras manifestações em que Deus nos oferece para nosso bem e para o bem dos outros. Só que às vezes criamos divisão em nós mesmos: damos só o necessário para Deus, como que medindo nossos esforços ou pensando que já fizemos muito para as pessoas e para nossa comunidade. Vocês já perceberam como somos mesquinhos, por exemplo, na devolução do Dízimo? Como somos tão calculistas para prestar alguma ajuda a uma pessoa necessitada?
Quem sabe nesta semana poderíamos visitar uma família carente, oferecendo algo que lhe seja necessário. E fazer isto sem chamar a atenção, pois somente Deus precisa saber o que fazemos com reta intenção. Com certeza tais atitudes nos fazem mais próximos de Deus, porque o que fizermos de bom aos pequeninos e necessitados, é ao próprio Jesus que o fazemos.
D. Célio de Oliveira Goulart – Bispo Diocesano.
Dia 04 de agosto
18º Domingo do Tempo Comum
Ev. (Lc 12, 13-21).
“Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, pois a vida de um homem não consiste na abundância de bens.” (Lc 12, 15).
No mês de agosto voltamos nossa atenção para as diversas vocações na Igreja. No primeiro domingo somos chamados a refletir sobre a vocação do Padre. Os Padres em nossas comunidades têm a missão do serviço: colocaram-se a serviço da Evangelização e da Santificação das pessoas por causa de seu ministério ordenado. Eles anunciam a Palavra de Deus, evangelizam, orientam, mostram o caminho certo para ...
... as pessoas serem felizes. Administram os Sacramentos, facilitando assim o processo de santificação para os fiéis cristãos. É uma linda vocação, porém muito exigente aos que a ela responderam.
No ensinamento da Palavra do Evangelho deste domingo Jesus fala sobre o risco que podemos correr ao acumular muitos bens. A ganância, o desejo de posse nos prende mais do que imaginamos! Quanto mais possuímos, mais escravos nós nos tornamos das coisas e dos bens materiais. Mas, se não cuidarmos, também poderemos querer nos apropriar de nossas opiniões, do nosso saber e assim nossas atitudes podem nos levar ao autoritarismo e à prepotência. Por causa disto é sempre necessário ter a coragem de sermos desprendidos, despojados e evitarmos todas as tentações do acúmulo daquilo que possa ser supérfluo.
Você é próximo do Padre de sua Comunidade? Se não o for ainda, quem sabe se nesta semana não fosse bom uma visita a ele, para uma conversa e para lhe manifestar a gratidão por todo bem que você percebe que ele faz em benefício da Comunidade. Nossos Padres precisam de pessoas amigas e sinceras que sejam capazes de apontar para eles as coisas boas que estão fazendo na Comunidade. E reze também por nós! Queremos ser bons pastores para nosso povo. E isto conseguiremos também pela oração de todos que entendem a nossa vocação na Igreja!
D. Célio de Oliveira Goulart – Bispo Diocesano